terça-feira, 14 de julho de 2009

Por Que o Mundo Não O Pode Receber? O Espírito da verdade que o mundo não pode receber.


Por Que o Mundo Não O Pode Receber?

A.W.TOZER (1960)
Adaptado por Pr. Braga – 02-05-2009

O mundo não pode receber esse Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês.

João 14:17 - NTLH

O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
João 14:17 - NTRA

O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
João 14:17- NTRC

INTRODUÇÃO

A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre estas duas forças antagônicas, a igreja e o mundo.

Não é mais do que comum e religioso dizer que o problema conosco hoje é que procuramos construir uma ponte sobre o abismo que há entre duas forças opostas, o mundo e... (buscando um jeitinho, daquele que só nós sabemos... Lembra do rico la do outro lado? –Lc. 16:19-31

19-Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. 20-Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele. 21-E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. 22-E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. 23-E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. 24-E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. 25-Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado. 26-E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá. 27-E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, 28-pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. 29-Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. 30-E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. 31-Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.

...a igreja, e quando isso acontece, realizamos um casamento ilícito para o qual não há autorização bíblica.

Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor.

A obscuridade em que muitos (ou deveríamos dizer a maioria?) dos crentes andam hoje não é causada por falta de clareza bíblica. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo.

A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor.

O cristianismo está tão misturado com o mundo que milhões não percebem já abandonaram o padrão do Novo Testamento.

Já até criaram um novo evangelho com uma nova cruz.

A transigência está por toda parte.

O mundo está suficientemente caiado,(caido) encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo.

Mediante mútuas concessões, homens que a si mesmos se denominam cristãos manobram para ficar bem como homens que para as coisas de Deus nada têm, senão mudo desprezo.

Toda esta questão é espiritual, em sua essência.

O cristão é o que não é por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento.

É cristão por causa de um Espírito que nele habita.

Só o que é nascido do Espírito é espírito.

A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem.

A confirmação, o batismo, a santa ceia, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. "E, porque vós sois filhos", escreveu Paulo aos gálatas, "enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.".

E aos Coríntios, ele escreveu: "Examinai-vos a vós mesmos, se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". E aos romanos, ele diz: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".

A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. Pois o nosso Senhor foi muito claro em Seu ensino sobre o cristão e o mundo.

Numa ocasião, depois de receber não solicitado e carnal conselho de irmãos sinceros, mas não esclarecidos, o nosso Senhor respondeu:

O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente. Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más". Ele identificou os Seus irmãos na carne com o mundo e disse que Ele e eles eram de dois espíritos diferentes.

O mundo O odiava, mas não podia odiá-los porque não podia odiar-se a si próprio.

Uma casa dividida contra si mesma não subsiste. A casa de Adão tem que permanecer leal a si própria, ou se romperá. Conquanto os filhos da carne possam brigar entre si, no fundo estão unidos uns aos outros. É quando o Espírito de Deus entra, que entra um elemento estrangeiro.

"Se o mundo vos odeia", disse o Senhor aos Seus discípulos, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.

Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.“

Paulo explicou aos gálatas a diferença entre o filho escravo e o livre: "Como, porém outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora" (Gálatas 4:29).

Assim, através do Novo Testamento inteiro, é traçada uma aguda linha entre a igreja e o mundo. Não há meio termo. O Senhor não reconhece nenhum bonzinho "concordar para discordar" para que os seguidores do Cordeiro adotem os procedimentos do mundo e andem pelo caminho do mundo.

O abismo que há entre o cristão e o mundo é tão grande como o que separou o rico de Lázaro. E, além disso, é o mesmo abismo, isto é, é o abismo que separa o mundo, dos resgatados do mundo; do mundo, dos que continuam caídos.

Mas bem podemos encarar a dura verdade de que os homens não se tornam cristãos associando-se com gente de igreja, nem por contato religioso, nem por educação religiosa; tornam-se cristãos somente por uma invasão da sua natureza, invasão feita pelo Espírito de Deus por ocasião do novo nascimento.

E quanto se tornam cristãos assim, imediatamente passam a ser membros de uma nova

geração uma "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de

Deus ... que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia"

IPedro 2:9,10

O ensino desta passagem forma completa unidade com toda a verdade do Novo Testamento. É como se tirássemos um copo de água do mar. O que tiraríamos não seria toda a água do oceano, mas seria uma amostra real e em perfeito acordo como o restante.

A dificuldade que nós cristãos contemporâneos enfrentamos não é a de entender mal a Bíblia, mas a de persuadir os nossos indóceis corações a aceitarem as suas claras instruções. O nosso problema é conseguir o consentimento das nossas mentes amantes do mundo para termos Jesus como Senhor de fato, bem como de palavra. Pois uma coisa é dizer “Senhor, Senhor”, e outra completamente diferente é obedecer aos mandamentos do Senhor.

Podemos cantar, "Coroai-O Senhor de todos", e regozijar-nos com os agudos e sonoros tons do teclado e com a profunda melodia de vozes harmoniosas, mas ainda não teremos feito nada enquanto não abandonarmos o mundo e não direcionarmos os nosso rostos na direção da cidade de Deus na dura realidade prática. Quando a fé se torna obediência, aí é de fato fé verdadeira.

O espírito do mundo é forte, e gruda em nós tão entranhadamente como cheiro de fumaça em

nossa roupa. Ele pode mudar de rosto para adaptar-se a qualquer circunstância e assim

enganar muito cristão simples, cujos sentidos ainda não foram exercitados para discernir o

bem e o mal.

Ele pode brincar de religião com todas as aparências de sinceridade. Ele pode ter acessos de sensibilidade de consciência , e até pode confessar os seus maus caminhos pela imprensa. Ele louvará a religião e bajulará a igreja por seus fins. ele contribuirá para as causas de caridade e promoverá campanha para distribuir roupas aos pobres.

Basta que Cristo guarde distância e que nunca afirme o Seu senhorio sobre ele.

Positivamente isso não durará.

E para com o verdadeiro Espírito de Cristo, só mostrará antagonismo.

A imprensa secular raramente dará tratamento justo a um filho de Deus. Se os fatos

glorificam a Deus, o tom tende a ser condescendente e irônico. Ressoa logo a nota do

desdém.

Tanto os filhos deste mundo como os filhos de Deus foram batizados num espírito, mas o espírito do mundo e o Espírito que habita nos corações dos homens nascidos duas vezes, acham-se tão distanciados um do outro com o céu do inferno. Não somente são o completo oposto um do outro, mas também estão em extremo combate um contra o outro mas também estão em agudo antagonismo um contra o outro.

Para um filho do mundo as coisas do Espírito são, ou ridículas, caso em que ele se diverte, ou sem sentido, caso em que ele se aborrece. "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente."

Na Primeira Epístola de João duas palavras são empregadas uma e outra vez, as palavras eles e vós, e elas designam dois mundos totalmente diversos; vós refere-se aos escolhidos, que deixaram tudo para seguir a Cristo. O apóstolo não se põe de joelhos, ante o deusinho Tolerância (cujo culto se tornou na América uma espécie de religião de segunda capa); João é grosseiramente intolerante.

Ele sabe que a tolerância pode ser simplesmente outro nome para a indiferença. Exige-se vigorosa fé para aceitar o ensino do experimentado João. É muito mais fácil apagar as linhas de separação e, assim, não ofender ninguém.

Generalidades piedosas e o emprego de nós para significar tanto cristãos como descrentes, é muito mais seguro.

A paternidade de Deus pode ser ampliada para incluir toda gente, desde Jack, o Estripador, até Daniel, o Profeta. Assim, ninguém fica ofendido e todos se sentem banhados e prontos para o céu. Mas o homem que se reclinara sobre o peito de Jesus não foi enganado assim tão facilmente.

Ele traçou uma linha para dividir em dois campos a raça humana, para separar dos salvos os perdidos, dos que se afundarão no desespero final os que subirão para a recompensa eterna. De um lado estão eles — aqueles que não conhecem a Deus; de outro, vós (ou, com uma mudança de pessoa, nós), e entre ambos está um abismo moral largo demais para qualquer homem atravessar.

Eis aqui o modo como João o declara: "Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve.

Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro". Uma linguagem como esta é clara demais para confundir qualquer pessoa que honestamente queira conhecer a verdade. Nosso problema não é de entendimento, repito, mas de fé e obediência. A questão não é teológica: A questão é MORAL. ( a grande questão é:)

Estou disposto a aceitar isto e arcar com as conseqüências? Posso agüentar o olhar frio?

Tenho coragem de enfrentar os ataques movidos pelos amigos do mundo? Ouso provocar o

ódio dos homens que se... Irmãos em momento algum fomos enganados pelo Senhor, pelo

contrario, Ele disse:

"No mundo tereis aflições, mas tende bom animo... "

Se sentirão apontados por minha atitude? Tenho suficiente independência mental para desafiar as opiniões da religião popular e ser um discípulo autentico? Ou, em resumo, posso persuadir-me a tomar a cruz com o seu sangue e com o seu opróbrio?

O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que

sabemos o que queremos dizer. É provável que o façamos significar alguma coisa externa

apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Cinema, futebol, cartas, bebidas, jogos

estas coisas não são o mundo; são apenas manifestações externas do mundo.

A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. (Ef. 6:10) (Não somos só razão e emoção...)

O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não

regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote

da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja

moralmente vil ou moralmente respeitável. Veja que situação terrível!!

Os antigos fariseus, a despeito da sua zelosa dedicação à religião, eram da própria

essência do mundo.

Os princípios espirituais sobre os quais eles construíram o seu sistema foram retirados, não

do alto, mas de baixo. (Não do Céu, mas da terra...)

Eles empregaram contra Jesus as táticas dos homens. Subornavam os homens para dizerem mentiras em defesa da verdade. Para defender “Deus”, agiam como demônios. Para proteger a Bíblia, desafiavam os ensinamentos da bíblia. Eles sabotavam a religião para salvá-la. Davam rédeas soltas ao ódio cego em nome da religião do amor. (Guerra santa isso é uma piada sem graça)

Vemos aí o mundo com todo o seu cruel desafio a Deus. Tão feroz foi esse espírito, que não descansou enquanto não levou à morte o próprio Filho de Deus. O espírito dos fariseus era ativo e maliciosamente hostil ao Espírito de Jesus, pois cada qual era uma espécie de destilação de ambos os respectivos mundos dos quais provinham. (Não há a menor possibilidade de unidade entre esses dois mundos)

Os profetas atuais que pregam o Sermão do Monte numa outra dispensação que não esta e, assim, liberam a igreja do seu ensino, mal percebem o mal que fazem. Pois o Sermão do Monte dá em resumo as características do Reino dos homens regenerados. Os bem-aventurados pobres que choram seus pecados e têm sede de justiça são verdadeiros filhos do Reino. Com mansidão mostram misericórdia para com os seus inimigos; com sincera simplicidade contemplam a Deus;

rodeados de perseguidores, abençoam, e não amaldiçoam. Com modéstia escondem as suas boas obras e com paciência aguardam a visível recompensa de Deus. Livremente renunciam riquezas terrenas, em vez de usar a violência para protegê-los. Eles acumulam os seus tesouros no céu. Evitam os elogios e esperam o dia da prestação final de contas para saber quem é maior no Reino do céu.

Se esta é uma visão bem precisa das coisas, que podemos dizer quando cristãos disputam entre si lugar e posição? Que podemos responder quando os vemos famigeradamente procurando homenagens e louvor? Como podemos desculpar a paixão por publicidade, tão claramente evidente entre os líderes cristãos? Que dizer da ambição política nos círculos cristãos?

Há só uma resposta a essas perguntas, é simplesmente que nessas manifestações vemos o mundo, e nada senão o mundo. Nenhuma apaixonada declaração de "amor" às "almas" pode transformar o mal em bem. Estes são os mesmos pecados que crucificaram Jesus.

Também é verdade que as mais grosseiras manifestações da natureza humana decaída fazem parte do reino deste mundo.

Portanto, que o mundo se apresente em seus aspectos mais feios, quer em suas formas mais sutis e refinadas, devemos reconhecê-lo pelo que ele é, e repudiá-lo categoricamente.

Vocês pensam que o fariseus deixaram de existir, não, enquanto houver religião, eles estarão presentes...

Precisamos fazer isso, se é que desejamos andar com Deus em nossa geração como Enoque o fez na sua. Um rompimento puro e simples com o mundo é imperativo. "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4).

"Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (I João 2:15,16).

Estas palavras de Deus não estão diante de nós para nossa consideração; estão aí para nossa obediência, e não temos direito de nos intitularmos cristãos se não as seguimos.

Suspeite de qualquer esforço religioso, que seja forçado a reduzir os duros termos do Reino, ou o peso da cruz.

Não importa quão atraente pareça o movimento, se não se baseia na retidão e não é cuidado com humildade, não é de Deus.

Se explora a carne, é uma fraude religiosa e não deve receber apoio de nenhum cristão temente a Deus. Só é de Deus aquele que horna o Espírito e prospera em prejuízo do ego humano. "Como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor".

Deus seja Louvado!!



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